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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A IMPORTÂNCIA DO GÊNERO TEXTUAL - CONTOS DE FADAS NO PROCESSO PSICOSSOCIAL E INTELECTIVO DOS ALUNOS


Jailson dos Santos¹

Klerterson Soares²

Sâmya Karla Ferrerira de Lima³

Sandro Vieira Alves4

Viviane Gomes Santana Santos5


RESUMO


As reflexões deste artigo circundam sobre a importância da utilização do gênero textual - Contos de Fadas no desenvolvimento do indivíduo face ao tripé: oralidade, leitura e escrita, ou seja, a utilização do gênero textual como recurso estratégico para uma efetiva leitura de mundo interno e externo que rodeia os alunos, e partir dos sentimentos, emoções, lições de vida, e soluções dos problemas expostos nos Contos de Fadas, fazendo uso de uma aprendizagem significativa da Língua Portuguesa no que cerne a leitura, compreensão, gramática e produção de textos.


Palavras-chave: Contos de fadas, Leitura, Língua, Aprendizagem significativa, Gênero textual, alunos, indivíduos

ABSTRACT

The discussions surrounding this article on the importance of using the genre - Fairy Tales in the development of the individual against the tripod: speaking, reading and writing, or using the genre as a strategic resource for effective reading of the internal world and external surrounding students, and from feelings, emotions, life lessons, and solutions to the problems exposed in fairy tales, using a meaningful learning of Portuguese as the core reading, comprehension, grammar and text production.
Keywords: Fairy tales, reading, language, Meaningful Learning, Gender text,
students, individuals


¹ Licenciado em Letras-Português - Universidade Tiradentes
Pós-Graduando em Língua Portuguesa – Faculdade Pio Décimo
E-mail: jailson19792010@hotmail.com

² Licenciado em Letras-Português / Inglês – Faculdade de Formação de Professores de Penedo
Pós-Graduando em Língua Portuguesa - Faculdade Pio Décimo
E-mail:

³ Licenciada em Pedagogia - Universidade Federal de Sergipe
Pós-Graduanda em Língua Portuguesa – Faculdade Pio Décimo
Bacharelanda em Física – Universidade Federal de Sergipe
E-mail: skfl.aju@gmail.com

4 Licenciado em Letras-Português / Espanhol – Universidade Tiradentes
Pós-graduando em Língua Portuguesa – Faculdade Pio Décimo
E-mail: sandro_valves@yahoo.com.br

5 Licenciada em Letras-Português / Inglês – Universidade Tiradentes
Pós-Graduanda em Língua Portuguesa – Faculdade Pio Décimo
E-mail: mavinha.gomes@hotmail.com


INTRODUÇÃO


Os contos de fadas tornaram-se um dos gêneros textuais mais importantes no processo de ensino aprendizagem. Através do mesmo o indivíduo aprende a desenvolver suas habilidades, seja ela escrita, oral ou de leitura.
Outro aspecto a ser considerado é a questão no que diz respeito à formação do caráter e da personalidade do indivíduo. As estórias narradas provocam no leitor/ouvinte uma reflexão a respeito do comportamento humano, ensinando através das personagens, lições de vida, e as melhores soluções para seus problemas existenciais, como por exemplo, o conto “Cinderela” que narra à estória de uma bela jovem órfã de mãe, que sofria maus tratos da madrasta e de suas filhas e que apesar do sofrimento a que era submetida, continuava humilde para com todos; a humildade era uma das maiores características marcantes na vida da personagem.
De acordo com (CHALITA, 2003, p.134) “Em meio a esse turbilhão de provocações, Cinderela permanece pura de coração. Nada parece abalar suas virtudes, suas qualidades, sua
doçura, sua humildade exemplar, que serve de escudo para que a protagonista possa suportar as numerosas investidas maléficas da madrasta e de suas invejosas filhas. Humildade que a fez resistir às etapas dolorosas, mas fundamentais ao crescimento interior e a descobertas das próprias potencialidades. Humildade que leva a conquistar, no final de tudo, a recompensa necessária em forma de felicidade”. Ainda de acordo com (CHALITA, 2003, p.12) “Ler essas histórias, atentar para seus ensinamentos e explorá-las da melhor forma possível com as novas gerações é contribuir para a construção de um novo tempo, mais justo e fraterno”. Segundo especialistas, os contos de fadas podem servir de terapia para ajudar o indivíduo a compreender a si mesmo e ao outro. No livro “ A psicanálise dos contos de fadas”, o psicólogo austríaco Bruno Bettelheim analisa cientificamente a importância que os contos tem na formação do indivíduo, mesmo sendo fantasias, discute problemas da sociedade como: inveja, ódio, discriminação, amor, humildade e etc.
Uma obra clássica é referência em qualquer época quando desperta as principais emoções humanas. O que os pequenos mais temem na infância? A separação dos pais; esse drama existencial aparece logo no começo de muitas histórias consideradas referências na literatura.
Para Bettelheim “a agressividade e o descontentamento com os irmãos e pais são vivenciados na fantasia dos contos: o medo da rejeição é trabalhado em “ João e Maria" e a separação entre as crianças e os pais em “Rapunzel”. (BETTELHEIM, apud Roberta Bencine, p. 8).


2 LEITURA, PRODUÇÃO DE TEXTO E GRAMÁTICA EM SALA DE AULA

A leitura é um processo de comunicação em que o indivíduo descobre através da mesma o mundo do conhecimento, para aplicá-lo no seu dia a dia. A leitura passa a ser significativa quando o leitor busca na essência dos textos: informação, entretenimento e arte.
O uso dos gêneros textuais em sala de aula é uma excelente oportunidade de trabalhar com a língua em diversos aspectos do cotidiano. Nesse sentido, a comunicação se realiza por intermédio dos textos e pela possibilidade de os alunos compreenderem e produzir textos de forma apropriada ao intercâmbio comunicativo. A melhor maneira de conseguir desenvolver tal interesse nos alunos em sala de aula é inserir textos literários quer possam envolvê-los em
situações de uso da língua. Para isso, cabe conscientizar a todos que a escola torna-se “autêntico lugar de comunicação”e as situações escolares “são ocasiões de produção e recepção de textos” (Schneuwly e Dolz, 2004, p. 78). Neste sentido, o professor é o principal mediador deste conceito.
A leitura faz bem para a criança, faz com que ela desenvolva habilidades na produção mediante interpretação. Ruth Rocha (1983, p. 4) confirma essa idéia quando escreve

[...] a leitura não deveria ser encarada como uma obrigação escolar, nem deveria ser selecionada, vamos dizer, na base do que ela tem de ensinamento, do que ela tem de‘mensagem’. A leitura deveria ser posta na escola como educação artística, ela devia posta na escola como uma atividade e não como uma lição, como uma aula, como uma tarefa. O texto não devia ser usado, por exemplo, para a aula de gramática, a não ser que fosse de uma maneira muito criativa, muito viva, muito engraçada, muito interessante, porque se assim não for faz com que a leitura fique parecendo uma obrigação, fique parecendo uma tarefa e aquela velha frase de Monteiro Lobato – ‘É capaz de vacinar a criança contra a leitura para sempre’.

Schneuwly compreende o gênero textual como uma ferramenta, isto é, como instrumento que possibilita exercer uma ação linguística sobre a realidade. Para ele, o uso de uma ferramenta resulta em dois efeitos diferentes de aprendizagem: Por uma lado, amplia as capacidades individuais do usuário ; por outro, amplia seus conhecimentos sobre o qual a ferramenta é utilizada. (CEREJA e MAGALHÃES, 2007, p.7).

Visando a produção de textos por parte dos alunos, a utilização do gênero conto, facilitaria bastante essa atividade, uma vez que a ficção é algo que atrai a atenção do educando. Sendo esta muito importante para a prática escrita. O professor de Língua Portuguesa ao narrar um conto em sala de aula deverá fazer de forma dramática e entusiasmada, jamais de forma melancólica, pois ele não demonstrar gosto pela leitura, como é que fará que o aluno goste de leitura?
Por um gênero textual bastante aceitável, o conto pode ser muito proveitoso para o desenvolvimento intelectual do aluno, como diz (BETTELHEIM,1980, p.14) “ Os contos de fadas transmitem importantes mensagens a mente consciente, pré-consciente e inconsciente, em qualquer nível que esteja funcionando no momento. Por ter este poder apontado por BETTELHEIM, nada mais justo que utilizar esse relevante recurso para trabalhar em sala de aula. Como por exemplo: Na estória dos “Três Porquinhos” poderia trabalhar as operações, diminutivo, etc. Em nível mais elevado trabalhar com concordância. Em “Bela e a Fera”, trabalhar com artigo, adjetivo, as vogais e consoantes. Já em Chapeuzinho Vermelho trabalhar as cores, a questão ortográfica do mal e mau.


3 CONCLUSÃO


Ante ao que foi exposto no artigo acima, os professores em sua realidade de sala de aula quando das atividade educativas relacionadas com o ensino da língua materna, poderá fazer uso do gênero textual – contos de fadas, em face de uma aprendizagem significativa, ou seja, de forma que os conhecimentos apresentados encontrem ressonância na vida emocional, intelectual e cognitiva dos alunos. “Aprendizagem significativa é o processo pelo qual uma nova informação se relaciona de maneira não arbitrária e substantiva (não-literal) à estrutura cognitiva do aprendiz”. (AUSEBEL, apud Celso Antunes, p. 30). E assim como na Língua Portuguesa há regras, problemáticas e exceções, estas que podem ser consideradas como soluções aos problemas concernentes a língua, os contos de fadas fazem parte de uma realidade lingüística que insere contextualização e significados com a realidade dos seres humanos.

REFERÊNCIAS


ANTUNES, Celso. A sala de aula de geografia e história: Inteligências múltiplas, aprendizagem significativa e competências no dia –a – dia. São Paulo: Papirus, 2001

BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1980.

BENCINE, Roberta. Era uma vez ...Maravilhoso mundo dos contos de fadas e seu poder de formar leitores: in: Revista Nova Escola online. Edição 128. 2005, acesso em 10/10/2008.

CEREJA, Willian Roberto, MAGALHÃES, Tereza. Todos os textos. São Paulo: Atual editora, 2007.

CHALITA, Gabriel. Pedagogia do Amor. São Paulo: Editora Gente, 2003